SESSÃO 8 | 3 DE MARÇO | 16:00-17:30

Moderação de Hermenegildo Fernandes (CH-ULisboa)


Reutilização e transformação de espaços sagrados na Idade Média siciliana: três casos em Agrigento, Siracusa e Palermo

16:00-16:30 Ferdinando Maurici (Regione Siciliana – Soprintendente del Mare) 

Serão examinados os dois templos dóricos do século V a. C. de Siracusa (Athenaion) e Agrigento (o templo conhecido como “da Concórdia”) transformados em basílicas cristãs na época bizantina (século VII). Falaremos também sobre a catedral de Palermo. Este monumento chegou aos nossos dias na versão reconstruída do final do século XII, com grandes acréscimos dos séculos XVIII e XIX. Antes da reconstrução no século XII, existia ali uma primitiva basílica cristã bizantina, transformada após a conquista islâmica da cidade (831) em mesquita congregacional. Dos monumentos anteriores ao actual, nada ou quase nada da sua arquitectura chegou até nós; por isso, temos que nos apoiar apenas em fontes literárias para uma tentativa de aproximação à realidade de monumentos ou fácies monumentais que entretanto desapareceram.


Da moschee a chiese: riflessioni sul caso siciliano

16:30-17:00 |  Giuseppe Mandalá (CSIC) 

A mesquita é o centro da vida islâmica das cidades, o próprio coração do sistema de dīn wa-dawla, "religião e estado". O viajante e geógrafo iraquiano Ibn Ḥawqal, que visitou Palermo em 973, deixou-nos uma imagem da cidade que rivaliza com Córdova pelo número de mesquitas – trezentas –, situadas dentro e fora da cidade murada; contudo, nenhuma das mesquitas mencionadas por Ibn Ḥawqal foi até agora localizada e investigada arqueologicamente. Com a conquista normanda (1061-1091) assistimos a um processo de transformação das mesquitas congregacionais das principais cidades sicilianas (Palermo, Siracusa) em importantes igrejas cristãs. Além disso, durante a era normanda (1091-1194), à medida que o processo de latinização dos habitantes da ilha se desenrolava progressivamente, importantes mesquitas urbanas foram convertidas e postas sob a égide dos cultos cristãos especiais adoptados pela dinastia de Hauteville. Esta comunicação pretende iluminar sobre alguns destes processos de transformação.

 

NOTAS BIOGRÁFICAS

Ferdinando Maurici (Palermo 1959). Exerce funções de superintendente de arqueologia subaquática na Sicília. Licenciado em Letras, mestre em Arqueologia Medieval, três doutoramentos (em História Medieval, em Arqueologia Cristã e em Ciências do Património Cultural), estudou em Espanha e Alemanha. Foi professor adjunto de Arqueologia Cristã e Medieval nas universidades de Bamberg, Bolonha e na Universidade Católica LUMSA de Roma. É autor de cerca de 300 publicações científicas. Obteve a qualificação de professor universitário de História da Arquitectura.

Giuseppe Mandalà. Professor associado de história dos países islâmicos na Universidade de Milão "La Statale", onde ensina história cultural do Mediterrâneo. É especialista em história intelectual e transmissão cultural de textos e seus contextos, e tem publicado extensivamente no campo dos estudos medievais transculturais, em particular sobre a Sicília e o Mediterrâneo. Desde 2014, dirige a missão arqueológica no complexo de San Giovanni dei Lebbrosi em Palermo (Sicília).

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