Reversibilidade dos Espaços Sagrados: 
Al-Andalus e o Mediterrâneo Ocidental (Séculos XI-XIII)



A partir de um debate sobre as recentes descobertas arqueológicas no claustro da Sé de Lisboa, interrogamos aqui a reversibilidade dos espaços sagrados como forma simbólica de tomada de posse política e social. O ponto de partida determina a cronologia, as escalas de observação, assim como o problema dominante em estudo. Os limites cronológicos, em linha com os dos níveis recém-descobertos do claustro da Sé, imediatamente anteriores e imediatamente posteriores à conquista cristã da madina Ushbuna em 1147 (em todo o caso anteriores a 1300), correspondem grosso modo ao período do refluxo do al-Andalus face à pressão militar dos reinos cristãos (1064-1249). Esse momento determina uma importante reafectação dos espaços sagrados, com a transformação de muitas mesquitas em igrejas. Como e qual a extensão desse processo são as perguntas que procuraremos aqui responder. Alguns paralelos com exemplos preliminares de reversibilidade dos espaços, sobretudo aqueles que decorrem das conquistas islâmicas no Mediterrâneo e na Hispânia (séculos VII-IX) serão também ensaiados. A observação parte da escala local que é a de Lisboa, para o conjunto do Gharb, o al-Andalus, mas também a África e a Sicília, procurando-se regularidades e diferenças. A abordagem necessariamente interdisciplinar junta os contributos cruzados de historiadores, arqueólogos e historiadores de Arte.

Organização e Apoio Institucional

Centro de História da Universidade de Lisboa (CH-ULisboa) | Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) | Castelo de São Jorge (EGEAC) | Gabinete de Estudos Olisiponenses (Câmara Municipal de Lisboa) | Mestrado em História do Mediterrâneo Islâmico e Medieval (Universidade de Lisboa, Universidade de Évora e Universidade do Algarve)

Este colóquio é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito dos projetos UIDB/04311/2020 (CH-ULisboa), UIDP/04311/2020 (CH-ULisboa), UIDB/00698/2020 (UNIARQ) e UIDP/00698/2020 (UNIARQ).

Imagem de fundo: Catedral-Mesquita de Córdoba, © Filipe Fernandes; Igreja Matriz de Mértola, Wikimedia Commons